Já preparou sua loja? A Black Friday vem aí

Já preparou sua loja? A Black Friday vem aí

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Em 2020, a Black Friday, data mais importante do varejo on-line, completou uma década no Brasil em meio à pandemia. Mesmo assim, as vendas do e-commerce na data (considerando somente quinta e sexta-feira) superaram R$ 4,7 bilhões, alta de 25% comparada a igual período de 2019, segundo a consultoria Ebit/Nielsen.

Para a temporada de vendas de fim de ano em 2021, que começa com o esquenta para a data promocional e termina no Natal, as expectativas são positivas.

E não só para o e-commerce, mas para o comércio total, afirma Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que projeta alta de 10% na Black Friday deste ano.

Faltando pouco mais de um mês para a data, que será no próximo dia 26 de novembro, o lojista tem de se preparar para oferecer promoções atrativas e efetivas para um consumidor que tem na palma da mão a possibilidade de realizar pesquisas e comparações no varejo físico e no on-line antes de comprar.

“Esse consumidor está com a renda achatada, mais cauteloso para gastar devido à queda na renda, e por isso tem valorizado muito mais suas compras”, destaca o economista da ACSP.

Pedro Guasti, diretor de expansão global da startup argentina Nubimetrics, que diz que a Black Friday virou um evento “quase impossível de se ignorar”, cita números de agosto, que apontam que nove em cada 10 consumidores (92%) pesquisam preços de produtos e serviços antes de comprar na Black Friday.

Os dados, que fazem parte do levantamento da unidade de pesquisa do UOL Publicidade, também mostram que, do total, 57% começam a pesquisar pelo menos dois meses antes da data, e 21% um mês antes.

Além da intenção de compra estável, segundo o especialista, com ligeira queda de 69% para 67% de 2020 para 2021, o índice de entrevistados que declarou ter comprado no ano passado e vai comprar agora é de 89%.

“É um bom sinal, pois esses consumidores, mais os novos, criarão um ambiente perfeito de alta nas vendas.”

Guasti menciona outros dados que o consumidor considera antes de comprar on-line na Black Friday, como frete grátis (55%), prazo de entrega (29%), credibilidade ou segurança no site ou app (27%), o cashback (25%), que é uma modalidade nova nesse tipo de pesquisa, e facilidade de pagamento (24%).

De novo, entre as categorias de produtos com mais preferência de compra na data, estão os smartphones (46%), eletroeletrônicos (43%) e informática (35%), produtos de maior valor agregado que trazem eventuais descontos de, no mínimo, 10%, 15%. “Isso faz uma grande diferença no bolso”, reforça Guasti.

Mesmo sendo uma data que nasceu na internet, todos os setores aproveitam a ocasião para alavancar vendas, de bancos, seguradoras, shoppings e lojas de rua, a postos de combustível, imóveis e turismo.

Nesse último item, a flexibilização das regras de isolamento provocou um aumento de 4% na intenção de compra de viagens, passagens e hospedagens na Black Friday – o que serve como indicativo de retomada do setor de Turismo, fortemente atingido pelas medidas restritivas, destaca o especialista.

Um último dado mostra que 47% pretendem comprar apenas pela internet, número 6% maior do que em 2020. Já 38% pretendem comprar tanto on-line como nas lojas físicas.

Guasti lembra que todo o varejo, e principalmente os serviços, altamente prejudicados com o isolamento, buscam não só oportunidades, mas também recuperação. Portanto, a data promete. “Com as promoções e ações certas, essa provavelmente será a maior Black Friday da história”, acredita.

TRANSMITA CREDIBILIDADE

Em tempos de golpes no Pix, oferecer ao consumidor uma percepção de segurança para comprar sem perder dinheiro, nem ter os dados ameaçados, é o mínimo para o e-commerce ter sucesso. Em especial em uma data que registra, somente na sexta-feira, oito vezes mais compras on-line, em média, do que em um dia comum.

Como exemplo de práticas fraudulentas nesses períodos está o phishing, em que sites falsos se passam por lojas famosas ou terceiros para roubar senhas e dados financeiros de consumidores desavisados.

Por isso, para aumentar a confiança e dar mais segurança ao consumidor não só na Black Friday, mas o ano todo, uma dica de Pedro Guasti para as lojas virtuais é sempre agregar orientações no ambiente de compras, como não pagar boletos ou fazer transferências sem análise prévia da confiabilidade daquele site.

Outra dica do especialista é orientar o consumidor a pagar, de preferência, com cartão de crédito, para dar uma segurança a mais na compra on-line. Em caso de fraudes, boletos ou dinheiro se perdem facilmente, mas sempre dá para pedir reembolso na operadora de cartão, destaca.

“Segurança é o terceiro item mais importante depois de preço e frete. Portanto, essas práticas têm de ser espalhadas – principalmente aos consumidores inexperientes ou com menos habilidades em tecnologia.”

OS PEQUENOS E A LGPD

Especialistas em tecnologia e segurança da informação do Comitê de Avaliação de Conjuntura da ACSP alertam que, com a adoção forçada do home office no período de isolamento, muitos computadores caseiros e celulares, sem softwares antivírus como os das empresas, ficaram mais vulneráveis a ataques de hackers.

Até uma companhia do porte da CVC, que diz investir em tecnologia e em protocolos rígidos de segurança, comunicou na segunda-feira (04) ter sofrido, no fim de semana, um ciberataque ransomware (tipo que exige ‘resgate’ para desbloquear dados), que deixou seus sistemas e ambientes indisponíveis.

Em um período como a Black Friday, umdas grandes inquietações do micro e pequeno negócio é como se adaptar à LGPD, que ainda tem pontos a serem definidos no Congresso.

“Tem pequeno que fatura R$ 10 mil e tem 1 milhão de clientes no banco de dados, mas tem quem fature na casa do milhão e um banco de dados com 100 pessoas. O que é mais importante em caso de ataque? Essa indefinição causa insegurança nas operações”, alertou um dos especialistas. Atenção redobrada.

Fonte: Diário do Comércio