O objetivo de grande parte das empresas é gerar resultados (lucro) no médio e longo prazos, porém, o verdadeiro desafio das empresas e dos profissionais é conseguir fazer com que o trabalho traga algum sentido maior para todos os envolvidos, desde o empresário até o cliente final. Líderes de sucesso devem reunir talentos que não enxergam o dia a dia como obrigação.
Mas, de acordo com os últimos dados do IBGE, essa missão tem se tornado cada vez mais difícil. Além do alto índice de desempregados, batendo na casa dos 12 milhões, quem está trabalhando tem enfrentado uma verdadeira batalha contra a insatisfação porque muitas vezes esses profissionais não sabem qual o futuro da empresa ou estão literalmente sobrecarregados. O levantamento mostra que o descontentamento com a carreira é de 46% entre os homens e ainda maior entre as mulheres, chegando a 49%. Além disso, apenas 9% dos pesquisados dizem estar satisfeitos com as amizades no trabalho.
De acordo com Alexandre Slivnik, especialista em gestão de pessoas, em excelência e atendimento pela Universidade de Harvard e diretor da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento ABTD, organizações devem reverter essa realidade e fomentar um ambiente com colaboradores agradecidos e encantados, prontos para defende-la e ajuda-las para se tornarem referência no segmento em que atuam. “Quem está conectado com a sua missão e engajado com a causa da empresa, como acontece com os colaboradores da Disney, por exemplo, possuem a plena certeza de que podem fazer a diferença em qualquer mercado ou função, inclusive nas áreas mais competitivas”, destaca.
Segundo o especialista em gestão de pessoas, uma equipe motivada e feliz escolhe investir em seu desenvolvimento e naquilo que ama, ao invés de gastar o seu tempo e dinheiro sem foco. “As novas gerações já estão direcionadas a escolher uma profissão que traga felicidade. Elas não têm medo de tentar opções nem de fazer mudanças em seu mapa para o sucesso. Vivemos em uma época em que o prazer e a diversão não são mais bônus da aposentadoria”, destaca.
Além disso, os profissionais hoje sabem que a qualidade de vida é conquistar o equilíbrio entre vida pessoal e ambiente de trabalho. ” A crença de que esses dois lados têm que andar separadamente resulta em tristeza e baixos níveis de produção. De acordo com o instituto Gallup, feito em mais de 140 países, em 2011 e 2012, apenas 13% dos empregados das empresas estavam de fato engajados em seu trabalho e comprometido emocionalmente e empenhados em gerar crescimento para as organizações”, aponta Alexandre.
Esses números ainda aparecem nas corporações em que os colaboradores não entendem a diferença entre fazer o que gosta ou gostar do que faz. Boa parte ainda acredita que a felicidade deve estar aliada a dinheiro. E reverter esse quando é o grande desafio dos empregadores. “É um mito afirmar que todos trabalharão sempre felizes, uma vez que qualquer ofício traz exigências e responsabilidades, além de outras tarefas pontuais nem sempre agradáveis, por isso os gestores devem enfatizar o motivo e o propósito aos liderados”, destaca o escritor.
Através de uma pesquisa de clima é possível identificar se há ou não pessoas felizes no ambiente de trabalho. ” Uma simples conversa com a equipe pode trazer informações valiosas. Muitos chefes acreditam que, por pagarem em dia atendem a todas as expectativas e por isso podem contar com pessoas felizes ao seu redor. Isso se chama remunerar a felicidade, o que é uma armadilha, porque ao longo do tempo, o colaborador se não estiver de fato satisfeito vai se abatendo e entrando no automático para cumprir suas tarefas, o que compromete a missão e os valores das empresas”, avalia Alexandre.
Caso alguém da equipe apresente este comportamento, o ideal é conversar. Se mesmo assim o resultado continuar o mesmo, a saída seria um desligamento ou até mesmo uma mudança de área. ” Queremos viver bem e com plenitude, portanto, mesmo quem já se submeteu passar muito tempo em uma profissão apenas pelos ganhos, ou para satisfazer o sonho dos pais, precisa rever tudo isso. Este, é o momento mais importante para aproveitarmos a jornada da vida”, conclui.
Para buscar um índice de engajamento ainda mais alto nas organizações, Slivnik reforça as 4 ações mais importantes que os colaboradores buscam atualmente:
– Serem reconhecidos
– Serem ouvidos
– Serem vistos
– Serem contributivos
Alexandre Slivnik é autor de diversos livros, entre eles do best-seller O Poder da Atitude.
Fonte: Portal Administradores