O varejo está mudando rapidamente e quem não acompanhar esta evolução ficará para trás neste mercado que é cada vez mais competitivo. Os consultores do Grupo GS& Gouvêa de Souza estão atentos a estas movimentações e trazem os conceitos mais importantes que devem ser aprendidos e postos em prática por todos do varejo.
- Propósito: a alma das empresas
Propósito tem sido cada vez mais considerado essencial pelos consumidores. Eles tendem a consumir mais destas empresas. “Quem não tem propósito, não tem alma. As companhias que têm são as mais perenes”, destacou Lyana Bittencourt, sócia-diretora da Bittencourt. Mas do que se trata este conceito? A especialista explica: “Propósito tem a ver com o porquê da empresa existir. Algo que vá além de simplesmente gerar lucro”. Preocupação com as pessoas e com o meio ambiente são bons exemplos de propósito, desde que realmente postos em prática. Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da GS&Malls reforça: “O propósito não é para ficar escrito em um quadro na parede. Tem que estar em todos os lugares, ser realmente percebido pelo consumidor”.
- Multipolarização: Valor, Diferenciação e Solução para o omniconsumidor
O omniconsumidor de hoje deseja bons preços, facilidade de acesso, qualidade e serviços. Este foco em diversos polos de atração é a chamada multipolarização, da qual também faz parte uma experiência de compra diferenciada. Marinho ressalta que cada vez mais “quem só vende fica para trás”. Um exemplo do varejo orientado a Valor, um dos pilares do conceito de Multipolarização, é o da rede americana Trader Joe’s, que vende produtos até 50% mais baratos, graças a investimentos pesados em marcas próprias. No outro lado está o polo da Diferenciação, que se aproxima de conceitos de luxo para encontrar respostas únicas para clientes dispostos a pagar mais por produtos e serviços. “Marcas que ignoram esse movimento de polarização formam o pelotão do varejo neutro, literal, óbvio, funcional e utilitário. Esse grupo, por flertar perigosamente com a irrelevância, pode ser o mais vulnerável à onda revolucionária que varre os mercados e sacode também o varejo”, alerta Marinho.
- O cliente gasta cada vez mais com serviços e menos com produtos
Marcos Gouvêa de Souza, fundador e diretor-geral do Grupo GS&, explica que quanto mais madura a população, mais ela gasta com serviços e não com produtos. A população global está envelhecendo e, com isso, este setor tende a crescer. “A participação do setor de serviços no PIB cresceu de 66 para 73%”, destaca. Exemplos disso são redes que vendem determinado produto e passaram a também oferecer serviços relacionados. Óticas que passam a oferecer exames de vista, pet shops que contam com veterinários e adestradores, entre muitas outras.
- Big-Bang: a revolução do varejo com novos players digitais, omnichannel e o ominiconsumidor
Com as enormes mudanças pelas quais o varejo está passando, não é mais possível pensar de forma separada. A loja física e o e-commerce devem ser encarados como um conjunto indissolúvel. Alexandre van Beeck, sócio-diretor da GS&Consult enfatiza: “as marcas tradicionais estão precisando se reinventar com a entrada de novos players digitais ao competitivo e volátil cenário mundial”. A chave para as mudanças é manter sempre o foco no omniconsumidor e se reinventar.
- Simplicidade sofisticada: a chave está nas pessoas, não na tecnologia
“A loja física como a conhecemos há 100 anos acabou, ela agora deve ser mais ágil, atraente e 100% integrada ao ambiente digital, contando com colaboradores que são verdadeiros especialistas naquilo que vendem”, destaca Jean Paul Rebetez, sócio-diretor da GS&Consult. Além disso, a loja passou a ser um local de experimentação, não necessariamente de concretização de vendas. Afinal, o cliente pode conhecer o produto na loja, mas comprar no online ou em outra unidade. É aqui que entra a tecnologia, que deve ser usada para ampliar a experiência de compra, não para substituir pessoas. “Olhe para as necessidades do consumidor, não somente para os dados. Assim você vai ter o caminho das mudanças que precisa fazer.” Ele destacou que a jornada de compra é única e individual. “Pessoas são mais importantes que tecnologia”, lembrou Rebetez.
- A Realidade Virtual entrou nas lojas para transformar a experiência de compra
Ricardo Ramos, sócio-diretor da GS&XtremeVR, acredita que a Realidade Virtual deve se espalhar pelo mundo: “foram realizadas diversas pesquisas. A Goldman Sachs realizou uma em 2015 que indicou que o mercado de realidade virtual será maior que o de TVs em 2025.” Diversas empresas já investem nisso, como Google, Samsung, Sony, entre muitas outras. O sucesso é tão grande porque a Realidade Virtual traz vivência, algo nunca antes proporcionado pela tecnologia. “Ela traz uma experiência que se aproxima do universo real e, embora não seja, nosso cérebro acredita que seja real. Para o varejo, ela traz uma imersão, que pode mudar a forma de comprar e consumir”, afirmou Ramos.
- Tecnoera: Bitcoin, inteligência artificial, vending machines, etiquetas eletrônicas
O mundo tem ganhado novas tecnologias todo o tempo e isso se reflete nas formas de vender. Aos poucos, já é possível comprar com Bitcoins e outras criptomoedas digitais, vender em lojas com espaço restrito, vitrines virtuais, estoque físico limitado, mas com todos os produtos dispostos em estantes com acervo infinito. E estas mudanças são para agora. Esta é a Tecnoera, a era da tecnologia, do consumidor antenado e conectado, do cruzamento do físico com o digital. É o que explica Pedro Padis, sócio-diretor da GS&Comm: “para ser verdadeiramente omnichannel tudo tem que realmente andar junto, com lojas conectadas, tecnologia e muito mais”.
- Uber Combinatividade: a integração de várias ideias criativas
A criatividade nasce de boas ideias. “A combinação de várias conexões criativas gera a uber combinatividade”, explicou Eduardo Yamashita, COO do Grupo GS&. Muitas empresas colocam este conceito em prática. Um bom exemplo é a Tesla, que fabrica carros elétricos de luxo, altamente potentes e eficientes. Mas não é só isso. A companhia também vende infraestrutura, com a instalação de superchargers em rodovias nos Estados Unidos, para permitir que os usuários dos carros possam carregá-los com facilidade. A indústria criou ainda geradores especiais, com uso de energia solar para que as famílias sejam autossuficientes em energia e possam carregar seus automóveis.
- Data Business: negócios que são transformados por dados
O consumidor está cada vez mais interessado em facilidade, agilidade e personalização, dando mais valor para a experiência, que deve ser mais assertiva e eficiente. Para atender estas novas demandas, é necessário ter informações precisas, capturar e analisar dados. Exemplos disso são os equipamentos que monitoram a movimentação dos clientes em loja, em quais setores passam mais tempo, identificam o perfil, quais produtos são mais atraentes para ele, etc. Isso tem que se refletir em ações, como mudanças na disposição de produtos, horário de funcionamento, plataforma do e-commerce, entre muitas outras. Conforme explicou Fábio Sayeg, CEO da Zoly, “não basta coletar dados. Para levar a experiência e a personalização da oferta para o consumidor, independente dos canais, é necessário interpretar os dados coletados de forma estratégica. Mas o varejo ainda não está sabendo aproveitar essa oportunidade”.
- Lab-it: implantação de inovações no varejo
Inovação não são apenas boas ideias, mas, sim, a aplicação delas. Caio Camargo, sócio-diretor da GS&UP disse “inovação não é apenas pensar fora da caixa. É ter uma ideia que seja aplicável e faça sucesso. A inovação está em explorar estas boas ideias.” No varejo, ela está em toda a reestruturação do negócio, na implantação de uma cultura de inovação na empresa. Dois modelos podem ser usados: o externo com startups e interno que são os laboratórios, que devem ser usados como uma forma de repensar os negócios continuamente. As startups são novas empresas que trazem novas soluções para velhos problemas do mercado. Já os laboratórios são iniciativas criadas dentro das empresas, que devem ser postas em prática seguindo alguns passos, conforme explica Fabiana Mendes, sócia-diretora da GS&Friedman: “Precisamos de equipes engajadas, que devem sair para ter ideias disruptivas e finalmente construir fisicamente essa estrutura de laboratório. Esse resultado precisa ser mensurado com feedbacks para aperfeiçoamento e então ser ampliado e colocado como modelo definitivo”.
Fonte: Portal Varejista