Eletrônicos salvam varejo no trimestre

Eletrônicos salvam varejo no trimestre

Puxado pelo bom desempenho das vendas de eletrônicos, a atividade do comércio encerrou o primeiro trimestre 7,3% maior que em 2017, segundo a Serasa Experian. O resultado, que foi o melhor em cinco anos para o período, ofuscou perdas significativas em setores como material de construção e combustíveis.

O crescimento de 12,5% na atividade das lojas voltadas para eletrodomésticos foi o grande responsável pelo resultado positivo, já que o consumidor voltou a pesquisar preços de itens de maior valor agregado. “Esse segmento ficou três anos com vendas muito baixas. O consumidor que evitou se endividar na crise agora voltou a pensar na aquisição de um bem durável”, diz a analista de varejo e professora da Unifesp, Fabiana Nunes.

O indicador da Serasa, que mede o fluxo de clientes nas lojas, pode ser considerado um termômetro para vendas nos próximos meses. “Com a Copa do Mundo, muitos consumidores vão comprar TVs e home theater e esse tipo de compra exige um tempo de pesquisa”, completa.

A expectativa é alta entre os lojistas do Rio de Janeiro. Segundo o Centro de Estudos do Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio) as vendas de televisores devem avançar 10% nos próximos dois meses na capital fluminense. “Além da Copa, os lojistas citam que o fim do sinal analógico também ajudará as vendas”, diz relatório assinado por economistas da entidade.

Começo ruim

Quando analisado o setor de material de construção, o tombo no primeiro trimestre foi de 6,9%, sobre um ano antes, reflexo de um período que já é tradicionalmente ruim para vendas. “Fevereiro foi um mês bastante abaixo do que esperávamos, e março voltou ao patamar de crescimento”, explicou o presidente Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Cláudio Conz.

Especialmente pressionado pela deflação no preço dos alimentos, o segmento de supermercados apresentou uma alta de 1,7% na atividade ante ao primeiro trimestre de 2017. O problema, no entanto, ficou na comparação entre março e fevereiro deste ano, quando houve queda de 2% na margem. “O resultado do mês também foi impactado pelo efeito calendário (fevereiro com 28 dias), mas continuamos com a perspectiva de uma retomada nos preços de alguns alimentos de forma gradativa durante 2018”, estima o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), João Sanzovo Neto.

Fonte: Diário do Comércio