Estudo do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Fecomércio MS (IPF/MS), em parceria com a Prefeitura de Campo Grande, demandado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), aponta que as transformações decorrentes das obras do Reviva na Rua 14 de Julho, motivaram os empresários do comércio de Campo Grande a investirem em melhorias nas suas lojas, não apenas na região central, mas em outros pontos da cidade.
“São informações muito relevantes, que demonstram que as obras foram impulsionadoras do comércio das demais microrregiões, incentivando os empresários a investirem em suas lojas, modernizando o seu negócio e deixando o espaço mais atrativo aos consumidores. Portanto, a nova 14 de Julho funcionou mais como uma impulsionadora do que concorrente do comércio das demais regiões, e todos saem ganhando com essas transformações”, explica a economista do IPF-MS, Daniela Dias.
Números – Segundo o levantamento, 67% dos empresários da 14 de Julho sentiram essa necessidade de modernização para acompanhar a reestruturação, sendo a maior parte dos investimentos no aspecto físico da loja. Todas as microrregiões apresentaram índice acima dos 40%, e a região do Lagoa com 50%. Na avaliação geral, de Campo Grande, o índice foi de 45% e oscilou entre espaço físico (26%), nas formas de venda (24%) e em novas formas de divulgação (24%).
Para a empresária Victoria Figueiró, da Creta Chipa Grega, na esquina da Rua Antônio Maria Coelho com a 14 de Julho, as obras de requalificação a motivaram a sair da zona de conforto e pensar ‘fora da caixa’. Buscando soluções mais práticas para otimizar o funcionamento mesmo em período de intervenções, a empresa investiu na tecnologia, como forma de melhorar o atendimento. “É um recurso que já usamos na Creta, mas ampliamos para chegar até nossos clientes, assim como nas mídias sociais, que nos trazem um retorno significante. Precisamos trazer a revitalização também para dentro de nossas lojas”, diz.
Após os trabalhos, ela destaca a modernização nas luminárias e das calçadas que favoreceram a região, e diz que o processo de transformação é motivador para os empresários. “Sempre busco referências nas grandes cafeterias e me atento ao que há de novo no mercado. Com relação à mudança na estrutura do negócio, sempre procuro introduzir a inovação aos poucos, haja vista que a Creta tem 53 anos de história e toda transição deve ser feita com muita cautela, respeitando o histórico e os costumes”, afirma.
Ainda segundo a pesquisa, o que leva a escolha empresarial pela Rua 14 de Julho é a concentração de grandes lojas; já nas demais localidades, a visibilidade e a comodidade. E para 37% dos empresários entrevistados, não haverá concorrência entre os consumidores, pois são públicos e momentos de consumo diferentes.
História – A Rua 14 de Julho faz parte da história de Campo Grande, sendo palco dos avanços da cidade e contribuindo para as grandes transformações da Capital. O arquiteto e fundador da Places for Us, primeira empresa especializada em Place Branding no Brasil, Caio Esteves, desenvolveu um trabalho específico de identificação de potencialidades na 14 de Julho após a requalificação. Ele explica que esse apelo histórico e afetivo que a região tem com os campo-grandenses também foi muito relevante na escolha da revitalização.
“Entendemos que a Rua 14 de Julho tem sua história vinculada à inovação, além de ter um lugar relevante na memória afetiva da comunidade. Nosso trabalho detectou esse resgate da memória afetiva e o orgulho pela região, buscando não só sua história, mas também atualizar esses comportamentos e pensar na rua para um futuro além do comércio”, explica, afirmando que o conceito do Place Branding tem justamente esse objetivo, de identificar vocações, potencializar identidades e fortalecer lugares.
“Entendemos que essa identificação das potencialidades pode ajudar, e muito, em uma diversificação de mix de produtos, de atrativos melhor direcionados ao público e, consequentemente, um aumento de possibilidades de venda. Por exemplo, a consultoria apontou que a Rua 14 de Julho receberia muito bem negócios voltados à gastronomia, um café, um bistrô. Cabe agora ao empresariado perceber essa potencialidade e investir”, afirma a coordenadora do Reviva Campo Grande, Catiana Sabadin.
Confira na íntegra
Pesquisa Reviva_terceira parte